terça-feira, maio 24

É bom cairmos na real: o custo será imenso para recolocar a economia de volta nos trilhos

Dilma e Mantega destruíram a economia e Meirelles é novamente a esperança do Brasil...

Tenho lido tantas coisas nestes dias sobre as medidas ( até aqui apenas boas intenções convém lembrar ) que o inicial Governo Temer está tomando - ou que pretende tomar - que às vezes penso que estou morando em um país de primeiro mundo, onde as coisas básicas já foram resolvidas a mais de um século e que crise financeira do estado é quando o superávit é quase zero. A situação aqui no Brasil é terrível, dramática e tem pai, no caso mãe: Dilma Rousseff. 

Já postei aqui que a atual crise fiscal teve início em 2008 quando o então presidente - para muitos um verdadeiro "semi deus" - Lula teve uma ideia: emitir títulos públicos para combater a crise internacional, deixando os seus efeitos serem os menores possíveis. A ideia - e quem me conhece sabe bem disso - meu apoio, pois era uma saída interessante: um pouco a mais de dívida para manter a economia forte e manter os empregos. O problema é que, assim como todo remédio - a dose foi mantida além da conta e ai passou a castigar o paciente. Como Lula precisava eleger o poste ( no caso Dilma ), o Brasil emitiu mais de 700 bilhões de reais de títulos públicos além do necessário, até o fim de 2010, mantendo a economia artificialmente aquecida via BNDES e subsídios do Tesouro na forma de desonerações fiscais. Aumentou de forma irresponsável o déficit público federal mas para Lula deu certo: Dilma venceu a eleição, em segundo turno, contra José Serra.

Pois bem, eis que Dilma ao assumir não fez o que era necessário para o Brasil: cortar grande deste remédio e decidiu manter a dose. E em alguns casos, até mesmo aumentá-la. Não foi por acaso que o primeiro Governo Dilma teve taxas decepcionantes de crescimento enquanto que Chile, México, Peru e outros países vizinhos cresciam e nós não: o remédio estava, aos poucos, matando o paciente. Só de juros sobre os citados 700 bilhões contraídos entre 2008 e 2010, o Brasil pagou perto de 100 bilhões em juros ( taxa de 15% ). Sem dinheiro em caixa - devido aos já evidentes e negados efeitos da irresponsabilidade - o Governo precisou emitir mais títulos para conseguir pagar os juros. Genial, não?

Bom, os últimos momentos todos sabem muito bem como foram, com cortes pesados e um ajuste fiscal que o PT jamais abraçou. Mesmo sabendo que era mais do que necessário. Agora - mesmo que momentaneamente - de volta a oposição diz que o peso do rombo não pode ser jogado nas costas da sociedade. Daí o que eu disse no começo do texto. O rombo anunciado de 170 bilhões é ao mesmo tempo histórico e vexatório. E quase o dobro do que Dilma e sua equipe diziam ser. Na prática o Brasil está - quem diria - quebrado. Seria cômico não fosse trágico.

Agora vou ater-me ao título deste post: tempos difíceis vem pela frente e só com sacrifícios é que sairemos deles. Simplesmente não existe dinheiro para tudo e nem podemos mais emitir papeis, pois com as seguidas reduções de Notas de Risco que sofremos pelas agencias internacionais isso só aumentaria o imenso buraco. Claro que culpar a Dilma, bem como todo o PT, não resolve o problema e eu sei muito bem disso. Mas é preciso dizer a verdade, doa em quem doer. Melhor falar a verdade do que ficar mentindo sobre a gravíssima situação. 

Esqueçam os tempos das vacas gordas, de dinheiro fácil na economia, de crescimento acima de 5% e inflação também de 5%. A saída será dura e para isso o atual presidente ( até quando? ) Michel Temer escolheu - talvez - o melhor nome possível: Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central entre 2003 e 2010. Ele, ao lado de Antônio Palloci foi o fiador de uma política econômica que deu certo nos Governos Lula, mas que foi deixada totalmente de lado na era Dilma, embora o Ministro da Fazenda tenha permanecido: Guido Mantega.

Reforma da Previdência ( com idade mínima ), Reforma Fiscal e Tributária ( cobrando melhor os impostos ), Reforma Política ( uma séria, não aquela que os partidos de esquerda defendem ) são apenas alguns temas amargos que teremos que enfrentar. E não venham falar de retrocessos porque estes já estão acontecendo agora mesmo enquanto escrevo e o amigo lê este texto. A irresponsabilidade fiscal anunciada por Aécio Neves e Eduardo Campos dois atrás mostrou-se mais do que verdadeira, mostrou-se cruel. E quem está pagando o pato já é a camada mais pobre, pois é ela quem perde primeiro os empregos e sente mais rapidamente os efeitos da inflação alta.

É tempo de darmos dois passos atrás para, quem sabe, conseguirmos 3 para a frente em 2019. É tempo de durezas e agruras. Mas é, sobretudo, tempo de pensar que Brasil queremos para o futuro. Se é o Brasil onde os fins justificam os meios ou se é o Brasil de regras claras e objetivas. E não se trata de apoiar ou não Michel Temer, pois este ficará pouco tempo. Trata-se na verdade entender a situação e buscar saídas para a crise. Pensar acima de tudo em nossa nação antes de pensar em partidos. Quanto antes entendermos isso, mais cedo começaremos a sair desta recessão que está - acreditem - longe de terminar

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