quinta-feira, maio 12

Dilma Rousseff: do topo ao fundo do poço em pouco mais de 20 meses...

A partir de agora quem comanda(??) é Michel Temer...
Dilma Vana Rousseff. A primeira mulher eleita Presidente. Também a primeira a ser re-eleita. E, quem diria, ela também passará para a posteridade como a primeira mulher a sofrer um Impeachment no Senado. Isso apenas 3 anos depois de  atingir o patamar de 70% de aprovação, antes dos protestos de Junho de 2013. Caiu muito desde então, mas com base na propaganda mentirosa de João Santana ( preso por envolvimento na Lava Jato ) conseguiu por uma ínfima margem derrotar Aécio Neves no segundo turno. E na mesma semana começou a deixar claro o engodo que fora seu primeiro governo: aumentou a Gasolina e o Banco Central subiu os juros. Era só o começo... do fim dela no Palácio do Planalto.

Conforme as semanas iam passando, mais e mais péssimas notícias apareciam: o rombo nas contas públicas, a maquiagem nos números oficiais, aumentos abusivos nas tarifas públicas, a incapacidade de conseguir um nome de peso para o Ministério da Fazenda... nenhuma boa notícia sobre o Governo foi gerada entre 26 de Outubro e o começo do segundo mandato. Nenhuma sequer.

Dilma começa seu segundo Governo muito criticada, até mesmo pelo PT. Com o país claramente metido num processo recessivo e tendo que - de fato - Governar Dilma a usa trupe caíram rápido demais. Com a maior inflação em desde o fim do Governo FHC, Dilma deixava clara a sua incapacidade de Gestora. Como se o que víamos nos noticiários fosse pouco, ainda tinha a Operação Lava Jato, que sangrava ainda mais um Governo anêmico. Ministro eram citados, ex-Ministro eram presos, doleiros e executivos de empresas afirmavam terem repassado recursos roubados da Petrobrás às campanhas de Dilma Rousseff. E a popularidade dela desapareceu, ficando abaixo de dois dígitos. 

Com a economia desabando, o cenário político não poderia ser melhor. Foi quando Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal entraram com um pedido de Afastamento da Presidente, o nefasto Impeachment. Inicialmente o PT tratou com imenso desdém o pedido e disse que jamais conseguiriam afastar o partido do poder. Tinham, digamos assim, certa razão pois mesmo na crise o Governo contava - na teoria - com 300 deputados na sua base aliada. No fim de 2015, após ver diminuir o clamor das ruas, o PT chegou a decretar que o Impeachment havia sido totalmente afastado. Leitura mais errônea jamais foi vista por um partido/governo: em Março o Brasil foi tomado pelo povo nas ruas com algumas contagens chegando a falar em 6 milhões.

Mais péssimas notícias na economia e com uma inacreditável arrogância o PT perdia aliados e não conseguia para a sangria. Em Abril tivemos o começo do fim: a votação do Parecer na Comissão da Câmara dos Deputados, onde os petistas diziam que barrariam facilmente o "golpe", como passou a tratar diuturnamente ( Dilma também entende que fez isso também noturnamente ) em suas falas, assim como todos os "poucos" aliados. Perdeu e o relatório foi para o Plenário.  Poucos dias depois numa Sessão realizada num domingo, às vésperas do Feriado de Tiradentes, o Governo perdeu por 367 votos tendo conseguido míseros 142 votos a favor. Neste momento, todos, já sabiam que o fim havia sido decretado. Faltava apenas cumprir o rito e sair do Governo.

Por falar em rito... o Governo e seus aliados ( basicamente apenas PC do B alem de alguns nomes do PDT, PSB, PR e os nanicos PSOL e o Rede ) recorreram diversas vezes ao Supremo Tribunal Federal e praticamente perderam todas. Quando o Processo chegou ao Senado o Governo não contava nem com 24 votos firmes - o mínimo necessário para impedir o afastamento de Dilma. Na Comissão Especial a derrota foi de 15 a 5. Mais tentativas de barrar o Processo foram tentadas mas o STF negou-se a alterar um Processo que na Constituição cabe exclusivamente ao Congresso.

Ontem, às 10:00hs, começou a Sessão que decidiu sobre o afastamento - pela segunda vez em apenas 24 anos - de um Presidente. Os Senadores revezaram-se no debate, poucos a favor e a imensa maioria contra. Madrugada a fora seguiu a Sessão que era a cronica de uma morte anunciada, como um Velório aguardando a hora de seguir para o Cemitério. Destaco a fala serena e precisa do ex-Presidente Fernando Collor, que apontou que o "o rito é o mesmo, mas o ritmo não".

Por volta das 06:40 de hoje, veio o resultado:

Um Governo que só consegue 22 votos já não existia...
Dilma agora será notificada, por volta das 10:00hs. o Vice-Presidente Michel Temer assumirá as funções logo em seguida e está marcada uma entrevista às 15:00hs. Por até seis meses ele será o Presidente e Dilma, mesmo afastada, receberá salários e terá direito a uma estrutura mínima. Mas o resultado da votação náo deixa muitas esperanças, uma vez que 55 é número de votos que serão necessários para afastar de vez a Presidente Dilma ao fim do Processo. 

Dilma Vana Rousseff. Um caso a ser estudado. Um caso para ser usado como o que não ser feito na Presidência. Alguém que saiu do Topo ( a re-eleição ) ao fundo do poço em menos de 20 meses.

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