sábado, agosto 16

Marina vai ser candidata. Mas se eleita, vai deixar o PSB?

Existia uma verdadeira sintonia entre eles... mas era entre eles apenas...
Marina Silva é uma sobrevivente. Em mais de um sentido. Assim como Chico Mendes - de quem era amiga pessoal - era integrante da lista dos inimigos dos seringueiros no Acre. Acredita-se que tenha escapado de duas tentativas de assassinato. Passou por uma grave doença. Superou a pobreza para virar uma líder respeitada do meio-ambiente. Elegeu-se Senadora após ser, por anos, Deputada Federal. Virou Ministra do Meio-Ambiente no Governo Lula. Até romper com o partido, por ter sofrido pressões - de Dilma principalmente, a época Ministra Chefe da Casa Civil - devido a não apressar licenciamento ambiental de obras consideradas vitais para o Governo.

Saiu do partido e ingressou no PV e articulou sua candidatura a Presidência. Recebeu quase 20 milhões de votos - muita coisa, sem dúvida - e passou perto do segundo turno. Rompeu com o PV quando viu que o partido não tinha programa tão verde assim. Decidiu criar o seu próprio partido, o Rede de Sustentabilidade, segundo a nova onda de siglas sem o termo "partido". Segundo assessores da ex-senadora, o Palácio do Planalto teria mexido os pauzinhos para evitar que a legenda fosse criada. Verdade ou não, é que outros 6 partidos ( entre ele o Governista Pros ) foram criados em Setembro passado. Sem espaço no PV, de onde saíra, Marina ficou sem opções. Até que Eduardo Campos lhe estendeu as mãos.

Era a união de duas metades que sem completavam: Eduardo precisava de conhecimento nacional para sua candidatura e Marina precisava de um partido que permitisse a ela ( e seu grupo ) a disputarem as eleições deste ano. Tiveram, desde o começo, o discurso da união, mas existem problemas sim. Alguns que devem ser acentuados agora. Marina não viu com bons olhos as costuras estaduais que Eduardo comandou, sobretudo em São Paulo onde o partido indicou o vice de Geraldo Alckmin. Campos pensava em fazer o partido chegar nas 40 cadeiras de Deputado Federal, Marina queria coligações - digamos assim - menos fisiologistas.

Marina foi testada em pesquisas até Abril deste ano. E tinha, segundo Datafolha, 26%. O que garantiria o segundo turno, pesadelo para Dilma, mas também para Aécio Neves que na época tinha apenas 16%. Sendo assim ela deve reaparecer nesta terça ( quando o mesmo Datafolha vai divulgar pesquisa com o nome dela ) muito perto dos 20%. Dilma e Aécio devem cair, pois ambos devem ter herdado votos que seriam, em tese, de Marina. O que sei é que com a ex-senadora  na disputa, eu cravo com 100% de certeza que teremos segundo turno. A questão, além de saber quem lá estará, passa a ser: se for ELEITA, ele Governará como filiada ao PSB?

A resposta é óbvia: assim como ela estava, apenas, de passagem pela legenda, caso eleita ela - a menos que a lei vete, deixando em risco o cargo - deve migrar pro seu Rede. E isso não é chute, é a realidade.

Assim a morte de Campos pode de alguma forma levar votos a Marina, mas o PSB sai perdendo, com certeza. Não apenas pela perda de seu presidente mas porque poderá vencer a eleição e ficar sem presidente. Além disso, Marina Silva, acreditem, não será uma boa presidente porque lhe falta habilidade de negociar. E o PSB não seria Governo no seu próprio Governo. Se é que me entendem...

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