quinta-feira, julho 3

Datafolha: Dilma cresce 4 pontos, mas rivais crescem 3 e chance de segundo turno permanece


Copa e Eleições presidenciais convivem, nem sempre harmoniosamente, desde 1994. E saiu mais uma rodada de pesquisas do Datafolha. Alguns esperavam ver Dilma acima dos 40%, por causa do sucesso ( dentro de campo ) da Copa do Mundo. Ficaram, com certeza, decepcionados. Também devem ter ficado assim os coordenadores de campanha de Aécio Neves, que certamente ansiavam por algo mais do que 20%. Eduardo Campo pode não ter ficado satisfeito, mas ao menos voltou a crescer, mesmo que pouco.

Os 4 pontos de crescimento de Dilma podem ser vistos de duas maneiras: 
  • Ela pode ter auferido algum crescimento por causa da Copa; ou
  • Um patamar já auferido pelo Ibope em sua pesquisa anterior.
Nos dois casos, ela consegue reverter o ritmo de queda que vinha tendo recentemente, o que é sempre uma boa notícia. Aécio Neves, PSDB, cresceu um ponto, dentro da margem de erro da pesquisa. Eduardo Campos, PSB, cresceu 2. Também podem ser dentro da margem. Ou não. Em todo caso, vale para ele o mesmo que para Dilma, parar de cair é sempre uma ótima notícia. Pastor Everaldo, PSC, manteve os seus expressivos 4% e começa a chamar atenção. Como é óbvio, ele tende a receber votos do eleitorado evangélico ( prefiro o termos correto: Protestantes, pois como Católico também sigo o Evangelho do Senho Jesus ), que é bem grande no Brasil. Como Dilma e o PT defendem descaradamente causas não cristãs e Aécio Neves e Eduardo Campos não são assim tão populares neste segmento do eleitorado, não é nada improvável que ele cresça mais um pouco. Daí a chegar a passar Eduardo é algo improvável. Para mim ao menos, mas é bom ficar de olho.

Se os dados até aqui são interessantes para o PT e Dilma, o quadro de segundo turno não são. Vejam as duas simulações:

Em Fevereiro Dilma tinha mais de 50% contra qualquer adversário. E naquela época nem havia projeção de segundo turno. Passados 4 meses, eis que ela tem 46% contra Aécio e 48% contra Eduardo. Até ai alguém pode dizer que a queda não foi grande. Mas olhem quanto cresceram os dois rivais: Aécio saiu de 27 para 39%, um crescimento de 12%. Curiosamente Eduardo também cresceu 12% no mesmo período. A vantagem de Dilma sobre Aécio 27%, agora é de apenas 7%. Eduardo tinha 32% de desvantagem, agora é de apenas 13%.

Abaixo outros dados interessantes. Alguns não tão assim para o PT:



Dilma tem um problema: desde a redemocratização, ninguém chegou a presidência com rejeição acima dos 30%. Ela tem 32%, o dobro de Aécio e quase o triplo de Eduardo. É muita coisa. Um terço do eleitorado entrevistado diz não votar nela de jeito algum. Por ser a presidente, é mais do que óbvio que seria a mais conhecida. Aliás, conhecimento ( ou não conhecimento ) é o que motiva o ex-governador Eduardo Campos, uma vez que com o começo da campanha ele tende a ser mais conhecido e assim, espera ele, possa crescer e superar Aécio. É uma boa esperança, mas Aécio também tende a crescer sob esta ótica...

Por regiões nenhuma surpresa nos números. Todos sabem que Aécio é mais forte no Sul e Sudeste, embora me surpreenda a liderança de Dilma no Sul. Norte e Nordeste seguem sendo os locais onde ela mais tem vantagem. E uma pergunta: Eduardo não deveria mais forte no Nordeste do que a pesquisa mostra? Pois é, eis um dado interessante...

Por renda, Dilma dispara para quem ganha até 2 salários, algo natural pois neles estão os beneficiários do Bolsa Família. Mas perde entre os que ganham de 5 a 10 salário mínimos. E volta a liderar para os que ganham mais 10 salários, mesmo que empatada tecnicamente com Aécio. Isto também não surpreende ninguém.

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