terça-feira, fevereiro 18

Será a vez de Pernambuco?

Eduardo terá chances de vitória?
Para começar este post quero deixar claro duas coisas:
a) Irei votar em Aécio Neves no primeiro turno;
b) Lula é sim pernambucano de nascimento, mas politicamente é paulista. Assim como Collor, fluminense de nascimento, é creditado como Presidente por Alagoas e FHC, igualmente fluminense como Collor, é creditado como um político paulista.

Dito isto, vamos ao post em si.

Eduardo Campos pode ser o primeiro político pernambucano a disputar uma eleição presidencial desde Roberto Freire em 1989. E ao contrário do então candidato comunista, ele tem chances reais de vencer. Quando digo reais, quero dizer que ele poderá chegar lá, algo que em 89 todos tinham certeza que Roberto jamais conseguiria. Eduardo tem pedigree de político e já deixou de apenas o neto de Miguel Arraes, ganhando luz própria. Governo o estado desde 2006 quando derrotou o então grande político do estado Jarbas Vasconcelos. Sairá do Governo com mais prestígio do que o agora aliado tinha em 2006. 

Aliás citar Jarbas Vasconcelos é por demais oportuno: ele posicionou-se contra o então jovem Governador e perdeu feio. Teve a mais dolorida derrota do Brasil em 2010. E agora, dado o cenário, preferiu não concorrer a re-eleição para o Senado. E olha que para seus aliados ( Mendonça Filho principalmente ) Jarbas seria o "senho" Pernambuco, aquele que ditaria os rumos da política em nosso estado. Agora nada mais do que apenas mais um dos muitos aliados do outrora desafeto. Como a política e a vida dão voltas, não é mesmo?

Mas voltemos a Eduardo Campos e sua campanha presidencial. Eduardo conseguiu tirar proveito da situação ocorrida com Marina Silva e filiou a ex-ministra e ex-senadora ao PSB. Manteve o baixinho Romário no Rio de Janeiro após o mesmo sair do partido. Tem ainda apoios consideráveis em outros estados, como a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina e mais 4 governadores, embora apenas um não seja do Nordeste ( Renato Casagrande ) e mesmo assim de um estado bem pequeno ( Espírito Santo ). A maior parte dos deputados do PSB são do Nordeste e dos Senadores apenas um não é. Mas Eduardo perdeu um apoio importante: o dos irmãos Gomes.

Em 2010 Ciro Gomes pleiteava ser candidato a presidente, pois entendia que o apoio dado a Lula terminava com o Governo deste. Na opinião do ex-Governador era chegada a hora do PSB dar um passo maior e colocar-se como opção a Dilma, de quem Ciro era - na época ao menos - um crítico. Acontece que Eduardo, já prevendo sua candidatura agora, resolveu implodir as pretensões de Ciro, alijando-o da disputa. Tão logo Eduardo começou a ensaiar o seu voo solo, Ciro e o irmão Cid, criaram um outro partido e deixaram o barco de Eduardo. Perder espaço no Ceará foi um duro golpe nas pretensões de Eduardo, até porque a chegada de Marina não soma tempo de TV durante a campanha, mas a saída dos Gomes subtrai. 

Eduardo tenta vender-se como um político jovem, ousado e bom administrador. Não irei entrar em termos técnicos, mas diversos indicadores mostram melhoras em Pernambuco, algumas mais acentuadas que as outras. Pernambuco é um dos poucos estados onde a taxa de assassinatos caiu ( na Bahia, no mesmo período, triplicou ). Mas existem buracos em sua administração e nossa cidade sofre na pele com um deles: a questão da água. Entre os professores sua popularidade é baixa, mas normalmente só políticos do PT é que são bem quistos entre esta classe.

Eduardo Campos preparou-se para este movimento. E está pagando um preço por isso: vem sendo combatido pela rede de difamação do PT, que vem o chamando - dentre outras coisas - de ingrato e de que o sucesso do estado em sua gestão é fruto exclusivo do apoio dado a Lula. Cabe lembrar que foi Eduardo quem liderou a operação salvamento do Governo de Luiz Inácio, quando este estava a beira de um processo de impeachment por causa do escândalo do mensalão. Quem seria devedor a quem? Apoio este que Eduardo, por exemplo, não recebeu no episódio dos precatórios, quando era Secretário da Fazenda no Governo do avô. E isso é apenas a ponta do iceberg pois a rede de difamação na internet, em muitos casos paga com dinheiro do contribuinte que paga os salários do militantes que ocupam cargos no Governo Federal, não tem limites. Esperem para ver o que poderá acontecer caso Eduardo, em algum momento da campanha, ameaçar o posto de Dilma? 

Eduardo será eleito? O quadro atual aponta que será complicado ele conseguir ser o primeiro pernambucano eleito presidente. Mas não custa nada lembrar que em 2006 ele tinha 7%, o segundo colocado 26% e o líder quase 40%. E todos sabem bem o resultado final... portanto, não é prudente descartar Eduardo Campos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário